Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.

20 de outubro de 2017

Da Importância das Fotografias




Hoje em dia, as fotografias são tão comuns e tiram-se tantas, em qualquer situação, que custa a crer ter havido um tempo em que eram coisa rara.

Apresento-vos os meus avós paternos, Ludovina Amélia Rodrigues e Fernando César Torrão, naturais da freguesia do Lombo, perto de Chacim e do Santuário de Balsamão, concelho de Macedo de Cavaleiros.

O meu avô era meio leonês, já que a sua mãe era oriunda de Fonfria, concelho de Alcañices. Não me lembro dele, pois faleceu em 1967, mas surge sempre com um ar muito sereno, nas fotografias. Já a minha avó é por mim recordada como uma mulher severa, de feições duras (no fundo, tipicamente transmontana), por isso, gosto de ver aqui a sua bela fisionomia marcada por uma certa leveza, concedida pela juventude.

O meu pai diz que a fotografia foi tirada ao tempo do seu casamento, celebrado em Novembro de 1927. Gosto de os ver tão novos. Ainda bem que tiraram a fotografia, coisa rara, naquela altura, sobretudo, numa aldeia perdida nos montes transmontanos (tão perdida, que o meu pai ainda pensou em abalar para essa região inóspita, quando, no Verão Quente, pairava a ameaça da guerra civil).

A ideia desta fotografia foi com certeza do meu avô, um autodidata, que sabia ler e escrever, sem nunca ter frequentado uma escola, e um dos primeiros pais da aldeia a enviar os filhos para o liceu de Bragança - atente-se que o primeiro filho que ele enviou foi uma rapariga, a minha tia Nair, professora primária em Chacim durante mais de quarenta anos. O meu avô encorajou igualmente parentes e conhecidos a enviarem as suas filhas para a escola, nem que fosse apenas a primária.

E aqui estão os meus avós, cerca de trinta anos mais tarde:





2 comentários:

A Nossa Travessa disse...

Cristinamiga

Com fotografias também se a História. Este artigo associa os teus antepassados próximos com a arte de fotografar.

Mas a fotografia foi inventada e foi-se aperfeiçoando desde que começou por ser um trabalho onde uns quantos primeiro descobriram a câmara escura, encontra-se Della Porta e o inevitável Leonardo Da Vinci, corria o ano de 1588.

A partir Daogurree os avanços foram sucedendo-se até se chegar à actual onde a objectiva "agarra" um uma pessoa ou objecto utilizando a técnica digital. Hoje a mini fotografia ou a nano fotografia são utilizadas principalmente na medicina, na aeroespacial.

Tudo isto foi a "mãe" do belo artigo que escreves e ilustras a preceito.

A minha longa ausência da blogoefera deve-se a adoeça complicada que foi (e transcrevo um artigo escrito na semana passada


Um pesadelo horrendo

Por Antunes Ferreira
Foi dum pesadelo, a depressão bipolar, que consegui sair e quase não acredito que bastou um clique para
aparecer a recaída e outro clique para recomeçar a viver… Sejamos claros: durante quase um ano em Lisboa e Goa e de novo em Lisboa fui uma pedra de basalto sem ligar ao que se passava à minha volta, à minha família, às minhas Amigas e aos meus Amigos que sempre, mas sempre! me empurraram para um caminho ressuscitado. Nunca lhes poderei agradecer.
Mas mesmo assim faço-o do fundo do coração, sabendo que nada valho, intercalado com um muito obrigado. A vida é madrasta e não há rosas sem espinhos, nem semente semeada que dará em tempo oportuno o fruto da felicidade. Porém quase um ano não a consegui desatar de um silêncio desumano, marmóreo e tumular.
Donde quero uma vez mais sublinhar os resultados que consegui alcançar e chegar aos objectivos mais consentâneos e resumidos no que o povo diz – esta vida são dois. Contudo o ano horribilis durou pelas minhas contas 303 dias. Um tsunami bipolar é mais do que descer aos infernos sem saber que os podia deitar fora pela janela aberta da felicidade e da euforia que queria voltar a desfrutar.
Perdoem-se leitores este desabafo que é mais confissão; embora não tenham sido parte duma dor que senti na pele e na carne que não me era possível sair desse nevoeiro sem cavalo branco nem sebastião, sempre estiveram comigo nas horas mais más. Repito: a vida é madrasta e o contar dos dias desanimados e trucidados por mor de uma maleita indiscritível é uma vereda negra que nos amarga os meses ´perdidos dum calendário também perdido e lancinante.
Hoje fico-me por aqui na companhia duma Grande Mulher de nome Raquel que me acompanhou como sempre me acompanha nos dias mais ácidos duma doença que nos tira o amor à Vida. Depois no sábado virão os filhos e as filhas/noras e os netos e a neta que são para mim os melhores do Mundo. Do Mundo? Do universo sem buracos negros nem cassiopeias mas estrelas brilhantes que nos dão o alento para alcançar o objectivo mais ansiado - viver.


Qjs do Henrique, o Leãozão

CONVITE: Vai até a NOSSA TRAVESSA. Não pagas IVA e IRS.. :-)








Cristina Torrão disse...

Bem-vindo de volta, pronto a iniciar uma nova vida!
Estimo saber que o pior já passou.

Hei de ir à Travessa, mas digo-te já que tenho andado bastante afastada dos blogues, gastando o tempo pelo facebook. Cá vou atualizando as Andanças, mas mesmo isso está difícil...

Abraço!