Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.

6 de março de 2015

Um Bom Exemplo



Traduzido do alemão, a partir de um apontamento de Christine Bollhorn, jornalista num jornal local de Stade:

«Educar uma criança não é só ensinar-lhe boas maneiras, é também transmitir-lhe como deve encarar e agir com os seus semelhantes. Os pais são o maior exemplo, na maneira como encaram vizinhos, colegas, empregados. Fazem-no com simpatia e respeito, ou são rudes e hostis, quando algo não se passa de acordo com o que desejam? Apresentam-se abertos e descomplicados perante pessoas de outra raça/cor, ou mantêm a distância? Enchem-se de doçarias e fast-food, ou escolhem as suas refeições com cuidado? E que papel representam álcool, drogas e medicamentos na sua vida?
Bobbi Kristina, a filha de Whitney Houston, imitou a mãe: escolheu as drogas como solução para os seus problemas – com consequências drásticas.

Que tipo de exemplo é você?»


6 comentários:

Cláudia da Silva Tomazi disse...

Será que estamos a conseguir educar o efeito a boa Educação?! Sim, escrevi a palavra efeito.

O efeito não é um resultado.
O efeito não é uma circunstância.
O efeito não é uma possibilidade.

Tanto sei sobre a tarefa conseguir educar quanto as probabilidades o bom exemplo.

Trata-se conseguir o efeito a ternura (resultante em lidar sob quanto avançada percepção em aspeto positivo) exemplo.

Bartolomeu disse...

Penso que a Claudia se está a referir ao principio causa-efeito e à sua falibilidade, relativamente ao exemplo final.
Eu também penso que no caso da educação a causa possa na maioria dos casos, tanto para o melhor, como para o pior, não se achar no exemplo dado pelos pais. Contudo, a forma como os pais educam os filhos é crucial mas, o meio exerce a sua quota parte de influencia. Haveremos necessáriamente de reconhecer, que tudo isto pode não resultar em qualquer efeito na personalidade e no comportamento que a criança irá ter quando atingir a adolescência e mais tarde a idade adulta. Um sem-número de outros factores e agentes poderão ser a causa de um efeito diametralmente oposto ao esperado, como reflexo do exemplo familiar. Como diria Einstein... é tudo relativo.

Cristina Torrão disse...

É verdade que o meio exerce muita influência e, por vezes, há vivências na vida escolar que nos influenciam muito, tanto positiva como negativamente. Na maioria dos casos, porém, os pais são as personagens cruciais. Mas repare-se: não tanto por aquilo que dizem, mas mais por aquilo que fazem! Depois de se passar a fase adolescente da contestação, em que se tenta ser o contrário dos pais, segue-se, na maior parte dos casos, precisamente aquilo que se contestou, no seu essencial. Ou seja: filhos de pais trabalhadores, também o são, mesmo que exerçam profissões diferentes; filhos de pais solitários tendem igualmente à solidão; filhos de pais abertos ao mundo, mantêm essa característica, independentemente do local onde vivem; filhos de pais alcoólicos tendem a ser alcoólicos; filhos de pais violentos seguem esse exemplo - a maior parte dos homens que agridem as suas mulheres tiveram pais que o fizeram. E por aí fora...
Há exceções, claro, mas são menos do que julgamos.

Bartolomeu disse...

Pois... não contesto aquilo que afirmas, Cristina, até porque não conheço nem sei se existem números concretos que atestem ou refutem essa questão dos exemplos.
Mas, paralelamente a esta questão e na minha opinião, não menos importante que a avaliação do efeito do exemplo dos pais na formação do caráter e comportamento dos filhos, é não tomarmos em consideração o inverso, ou seja, a capacidade ou propensão de a criança absorver os exemplos dos pais. Sabemos que as crianças são como antenas, captam tudo o que paira em seu redor mas depois assimilam somente aquilo que tem a ver com as suas tendências pessoais. Se uma criança tiver um pai ou uma mãe alcoolicos, não é - em meu entender - garantido que a criança venha a tornar-se alcoolico ou qualquer outro vício. Contrairá essa ou outra dependência se geneticamente houver essa propensão. Por exemplo, os filhos de homosexuais, não vêem a tornar-se homosexuais, pelo contrário, a esmagadora maioria de homosexuais, são filhos de casais heterosexuais. Mas é evidente que nada disto que estou para aqui a opinar, não é passível de ser comprovado.

Cristina Torrão disse...

Bartolomeu, também não tenho números, apenas tenho lido artigos sobre o tema. Mas tens igualmente razão: as crianças assimilam de acordo com as suas tendências pessoais. Por isso, é que não é garantia que um filho de alcoólico também se torne alcoólico. E o contrário também acontece, claro: filhos que criam vícios que os pais nunca tiveram.
Na sua maioria, no entanto, eles parecem seguir as pegadas dos pais. Por isso é que os comportamentos educam melhor do que os conselhos, penso eu...
Pregar: deves ser assim e assado e, no seu dia-a-dia, fazer o contrário, não me parece boa educação...

Cristina Torrão disse...

Acho que devia ter dito "pisadas" em vez de "pegadas" ;)