Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.

1 de julho de 2014

Excertos # 10



- Não se diz que estamos todos nas mãos de Deus? Não podemos cair mais fundo do que isso!

Jacinta quedou-se perplexa, depois retorquiu:

- Há quem caia no inferno…

Zaida tornou a fixar nela os seus olhos negros, muito brilhantes:

- Não creio no inferno. Só em Deus!

Jacinta tentava captar o sentido daquela afirmação. Recordou as aulas do convento, da leitura da Bíblia. Havia o Deus cruel, vingativo e castigador do Antigo Testamento. Mas também havia o Deus misericordioso, que perdoava e que agarrava precisamente aqueles que caíam mais fundo. E era esse o Deus de Jesus Cristo, o Messias.

Mas como sabia Zaida, uma moura, tais cousas?

- Vós não rezais a um tal de Alá?

- Deus é Deus, dê-se-lhe o nome que se lhe der.







2 comentários:

Bartolomeu disse...

E desta guisa lá foram rodopiando de braços abertos e o rosto levantado para o sol, enquanto os pés assentes nas areias curativas do cabedelo, lhes sustentavam a leveza do Ser...
;)
A autora, neste romance, mostra-se a meu ver, mais introspetiva e reflexiva que nos anteriores... como que a querer dizer aos leitores que o Homem não é só matéria, porem e ainda... espírito.
;))

Cristina Torrão disse...

Obrigada por mais estas palavras bonitas, Bartolomeu :)